20/08/2020 23:33

CDN da Fenae defende intensificar mobilização contra a MP 995 em todo o Brasil

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O Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae debateu, em reunião virtual realizada nesta quinta-feira (20), propostas para mobilizar parlamentares federais, estaduais e municipais, e entidades da sociedade civil. Os representantes das 27 Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcefs) manifestaram preocupação com a MP 995/2020 e vão ampliar, em seus estados, a divulgação da manobra usada pelo presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes para privatizar a Caixa.

“Precisamos falar sobre o assunto, mobilizar os empregados e a sociedade em geral para barrar a MP 995. É fundamental o apoio das Apcefs, sindicatos e outras entidades nos estados para levar ao Congresso Nacional a posição já manifestada em pesquisa pela grande maioria dos brasileiros, que é contrária a privatização da Caixa”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

O dirigente elencou ao CDN as ações que a Fenae tem realizado, juntamente com outras entidades, para barrar a iniciativa do governo federal. Takemoto lembrou que as representações dos trabalhadores tiveram apenas um dia para articular no Congresso apresentação de emendas com objetivo de revogar os efeitos da Medida Provisória 995. Foram ao todo 412 emendas, a maioria delas contrárias a MP.

“Outra iniciativa foi o lançamento de um manifesto, que já conta com 260 apoios de entidades associativas e sindicais, bem como de parlamentares”, pontuou o presidente da Fenae. 

A Federação também produziu cartas direcionadas aos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e congressistas alertando sobre os riscos do fatiamento do banco, o que deve prejudicar as operações que contribuem para o desenvolvimento regional do país.

Editada no dia 7 de agosto pelo governo Bolsonaro, a MP permite a divisão da Caixa em várias empresas, por meio da criação de subsidiárias, que serão posteriormente vendidas sem autorização do Congresso. 

Campanha salarial

Outro ponto debatido na reunião do CDN foi a campanha salarial 2020. As negociações com a Caixa e da mesa unificada (composta por todos os bancos) começaram no início de agosto e estão sendo marcadas pela tentativa de retirada de direitos.

A Fenaban apresentou uma proposta para reduzir a PLR dos bancários e a Caixa ainda não assegurou se manterá a PLR Social, que somente os trabalhadores do banco público recebem. 

“Nós temos reafirmado a nossa pauta de reivindicações aprovada pelo 36º Conecef, mas sem desconsiderar as questões do momento atual que vivemos. Com a pandemia e a necessidade do home office, os trabalhadores estão sobrecarregados, com jornada extenuantes e recebendo pressão por metas”, disse Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) nas negociações com o banco.

A saúde tem sido um assunto prioritário para os empregados, principalmente neste cenário de pandemia. Cobranças de metas abusivas, assédio moral para a volta ao trabalho presencial, condições de trabalho em casa e os direitos são questões debatidas durante as negociações. 

“Temos cobrado da Caixa o cumprimento dos protocolos de saúde e segurança e respeito aos direitos dos trabalhadores”, acrescentou a coordenadora da CEE/Caixa.

 

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