04/05/2020 19:52

Dirigentes da Fenae cobram do governo medidas para acabar com as aglomerações nas agências da Caixa

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As dificuldades que milhares de brasileiros estão tendo para receber o auxílio emergencial de R$ 600,00 e  a importância dos bancos públicos na crise causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foram debatidas na edição do Fórum Onze e Meia, da revista Fórum, nesta segunda-feira (4), que contou com a participação do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, e do diretor de Formação e ex-presidente da entidade, Jair Pedro Ferreira. 

Para os diretores da Federação, falta vontade política do governo em buscar soluções para o problema e que a intenção é desgastar a imagem da Caixa para retomar ,posteriormente, o seu fatiamento e a venda de partes rentáveis do banco.

 “A direção da Caixa precisa se organizar e informar corretamente à população que busca o auxílio emergencial. Caso contrário, vamos ter o caos se for mantido o pagamento como está hoje”, alerta Sergio Takemoto. 

O presidente da Fenae lembra que desde o início da pandemia do coronavírus as entidades representativas dos empregados vêm cobrando da direção do banco medidas protetivas para os trabalhadores e para a população que recorre às unidades da Caixa. Com o anúncio do pagamento do auxílio emergencial, as condições de trabalho ficaram ainda mais precarizadas, devido a maior exposição ao contágio do Covid-19. 

“Nossa preocupação principal sempre foi com a saúde dos empregados e das pessoas que vão as agências. O governo subestimou o número de pessoas que deveriam ser atendidas e continua jogando para os trabalhadores da Caixa a responsabilidade de organizar o pagamento. Esse não é o papel dos empregados que estão realizando um trabalho heroico, cumprindo a missão da Caixa de atender as pessoas mais carentes. Mas é preciso dar condições adequadas para que façam esse trabalho”, disse Takemoto. 

O diretor de Formação da Fenae, Jair Pedro Ferreira, informou ao Fórum Onze e Meia que foram encaminhados ofícios à direção do banco e as autoridades de saúde do governo Federal cobrando medidas para conter o fluxo de pessoas nas agências da Caixa. “Enviamos, por exemplo, ofício ao Ministério da Saúde, cobrando medidas mais eficazes para proteger os bancários que estão na linha de frente desse trabalho, mas nenhuma providência foi tomada”, citou Jair Ferreira. 

Para os diretores da Fenae, o papel do governo Federal é mobilizar as diversas representações nacionais como governos estaduais, prefeituras e conselhos de Assistência Social para organizar o pagamento da renda básica. Takemoto citou como citou como exemplo o governo do Maranhão que, por meio de decreto, convocou bombeiros civis para organizar as filas da Caixa nas unidades do Estado. “Vamos pedir ao consorcio do Nordeste para que medidas semelhantes sejam estendidas aos demais estados da região”, anunciou o presidente da Fenae. 

“É um direito das pessoas receberem o auxílio e o governo não está preocupado. O governo quer jogar no caos e quem está pagando o pato são as pessoas que mais precisam”, acrescentou Jair Ferreira. 

Bancos públicos

 Os dirigentes da Fenae também destacaram a importância dos bancos públicos nesse momento de crise. Segundo eles, nesse cenário de aprofundamento da crise econômica com a pandemia do coronavírus, são os bancos públicos que dão a contrapartida que a população precisa, ainda em volume de dinheiro menor do que o direcionado ao setor privado, contemplado com um socorro de R$ 1,2 trilhão de dinheiro público. 

Para Takemoto, os bancos privados não têm interesse em atender as demais sociais, como o pagamento do auxílio emergencial e o governo não vai fazer absolutamente nada para cobrar atuação dessas instituições. “O sistema financeiro vem lucrando há muito tempo e precisa contribuir nesse momento”, enfatizou.

Clique aqui e confira a íntegra da entrevista.
   

 

 

 

 

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