“Busquei refúgio na quadra, onde esquecia que estava doente”, diz atleta
Quem vê a vitalidade de Tatiane Kolln Fantinati, a Tati, jogando no time de vôlei da APCEF-PR, em Maringá, não imagina o adversário que ela enfrentou em 2016. Com um bebê de dois meses, a atleta descobriu que estava com câncer de mama e gânglios em metástase nas axilas.
Após o diagnóstico, Tati procurou ajuda médica e iniciou o tratamento. Fez cirurgia, radioterapia e quimioterapia, mas uma de suas maiores terapias foi o vôlei. “Busquei refúgio na quadra, mesmo que não treinasse. Lá esquecia que estava doente, dava risada com as amigas”, conta a associada. “Além da família, amigos e orações, o vôlei me ajudou muito nesse momento ruim”.
Em razão da cirurgia, ocorrida em 2017, afastou-se das quadras por um período. Naquele momento, também recebeu a notícia do médico de que não deveria forçar o braço direito, pois ele poderia ficar debilitado. Logo Tati pensou: “Como vou fazer agora para jogar?”.
Superação e acolhimento
Apesar do choque inicial da recomendação, não desistiu e, aos poucos, voltou a treinar. A atleta percebeu que não sentia dor no braço direito e até o médico reconheceu que ela deveria “se jogar” e praticar uma de suas maiores paixões. Segundo Tati, os treinos, realizados duas vezes por semana, davam até mais energia para as sessões de quimioterapia.
Praticante de vôlei há 10 anos, dos quais cinco na equipe da APCEF-PR, Tati compete em jogos de Maringá e região. As irmãs, Lais e Daniele, também fazem parte do time, além dos dois filhos, de 3 e 7 anos, participarem de atividades e instalações da sede regional. “A APCEF é como se fosse nossa casa”, resume a atleta, que ainda compartilha de momentos na associação com o marido.
Lições para o resto da vida
Aos 39 anos, sentindo-se bem e curada, Tatiane Fantinati conta que, após a doença, mudou conceitos e atitudes. “Hoje agradeço mais do que peço e não desisto ou nem me abalo com algo facilmente”, avalia a sócia.
Outra lição tirada disso tudo foi a importância do esporte em sua rotina. Para Tati, o vôlei e outras modalidades proporcionam ânimo, disciplina, teste de limites e relacionamento – sacadas essenciais para ter mais qualidade de vida.