04/08/2020 19:39

Em carta ao presidente da Caixa, APCEF-PR reforça defesa dos empregados

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Em defesa de condições dignas de trabalho e respeito aos empregados da Caixa, a Fenae e a Fenag, entidades que representam a categoria, divulgaram carta aberta à população. Nesta terça-feira (4 de agosto), a APCEF-PR reforçou o movimento de valorização do trabalho essencial desses trabalhadores, encaminhando carta ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães. 

No documento, a associação destaca que, em 159 de existência, o banco passou por várias situações adversas, mas nenhuma como esta, em que a vida dos empregados é colocada em risco, para prestar serviços essenciais à população. Também informa que mais de 120 milhões de brasileiros recorreram à Caixa, para receber o auxílio emergencial, seguro-desemprego e FGTS, o que criou aglomerações em agências e perigo de contaminação pelo coronavírus, inclusive aos clientes, apesar da adoção de medidas protetivas. 

Segundo a carta, assinada pelo presidente da APCEF-PR, Vilmar Smidarle, mesmo diante de dificuldades, como receber ofensas por falha no sistema e trabalhar aos finais de semana, os empregados não medem esforços para cumprir a missão da Caixa. A entidade denuncia ainda a cobrança inadequada de metas e a convocação de gerentes para trabalhar aos sábados, com o objetivo de evitar o pagamento de hora extra a empregados escalados para a tarefa. 

No documento, a APCEF-PR defende ações mais efetivas de cuidados com a saúde do quadro funcional, divulgação ampla em mídias sociais e TV de esclarecimento à população sobre o atendimento pela Caixa de diversos programas e alocação do pessoal de agências proporcional à demanda dessas unidades, com todos itens necessários para prevenção à pandemia. 

Confira, abaixo, a carta ao presidente da Caixa na íntegra. 

Conheça também as cartas abertas da Fenae e da Fenag.

 

Ao 
Senhor Presidente da Caixa Econômica Federal
MD. Sr. Pedro Duarte Guimarães


Em seus 159 anos de existência, incontáveis são as adversidades enfrentadas e vencidas pela Caixa, que, ainda nestes momentos, acaba por reafirmar e fortalecer a sua essência de empresa pública, imprescindível à sociedade brasileira.

No entanto, nenhuma situação anterior se compara a esta imposta pela pandemia do novo coronavírus, em que a própria vida dos seus empregados é colocada em risco para prestar serviços essenciais à população, especialmente aos mais necessitados. 

O registro de aglomerações de pessoas nas agências, devido aos mais de 120 milhões de brasileiros que já recorreram à Caixa em busca do auxílio emergencial, seguro-desemprego e saque do FGTS nos últimos meses, expõe os empregados da Caixa e a população a um risco enorme de contaminação, apesar das medidas de proteção adotadas.

Mas os empregados não fogem à luta e dedicam-se incansavelmente, como sempre, inclusive em finais de semana, para cumprir a missão da Caixa. Mesmo assim, são alvo de críticas, ofensas e até agressões, devido às falhas de sistema de pagamento ou falta de planejamento e divulgação/comunicação adequada para os calendários de pagamentos.

Nas últimas semanas, fomos informados de que todos os gerentes gerais de agências e filiais foram convocados para trabalharem presencialmente aos sábados, independentemente de suas unidades estarem escaladas para atender. Tal convocação, feita de um dia para outro, teria, inclusive, o claro objetivo de evitar pagamento de horas extras aos empregados especializados neste tipo de atendimento.

Mesmo com as demandas causadas pelos programas emergenciais de sobrevivência à pandemia, a administração da Caixa retomou a cobrança de metas a partir de junho, agora com direcionadores e métricas de desempenhos mensais. Isso é incompatível com a capacidade laboral de seus gestores e colaboradores, considerando o não atendimento presencial dos clientes.

Assim, acreditamos ser ainda mais necessária uma ação efetiva da Caixa direcionada aos cuidados com a saúde dos empregados do que a cobrança de metas, as quais consideramos importantes, mas que devem ser compatíveis com o momento e condições em que vivemos. 

Também entendemos que faltam ações nas mídias sociais e na TV, com esclarecimentos à população sobre os diversos programas e respectivos calendários de pagamentos, para que se evitem aglomerações de pessoas nas agências, como constantemente têm sido registradas. 

A alocação de recursos humanos nas agências deve ser proporcional às demandas que essas unidades têm para atendimento da população, com o fornecimento de todos os itens adequados e necessários para prevenção contra a pandemia, sob pena de expor os empregados a problemas de saúde físico e mental. 

Finalizando, reforçamos nosso pedido por condições dignas de trabalho e respeito aos empregados e prestadores de serviços. A APCEF/PR acompanha com preocupação os problemas aqui elencados, que certamente serão resolvidos pela Administração da Caixa.

Certo de contarmos com sua preciosa atenção, torcemos sempre pelo sucesso da Caixa e o melhor para os empregados e população brasileira.   

Atenciosamente
Vilmar Smidarle
Presidente da APCEF/PR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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