27/03/2020 19:27

“O momento é de valorização do simples e da empatia”, afirma psicóloga

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A pressão psicológica causada pela pandemia do coronavírus, devido aos riscos de contaminação, de desemprego e a obrigação de isolamento social, pode agravar ou gerar problemas mentais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em busca de orientações para enfrentar os impactos emocionais dessa crise, a APCEF-PR conversou com a psicóloga Rejane Giaccomini, sócia da RTS Solução em Gestão de Pessoas. Confira a entrevista a seguir:

APCEF-PR - Quais as principais consequências psicológicas, causadas pela pandemia?
Rejane Giaccomini - Ansiedade, medo, insegurança, incerteza, sentimento de tristeza, pois o convívio é reduzido com pessoas próximas e queridas. Mudanças na rotina fazem com que tenhamos de rever nossa forma de pensar e se readaptar. Algumas pessoas conseguem ver como oportunidade para retomar o projeto que deixaram de lado por falta de tempo; outras tendem a entrar em pânico. Esse momento é de aprendizagem e reflexões, em que devemos avaliar como estamos conduzindo nossas vidas e, se aquilo que considerávamos importante, realmente é. A valorização do simples e da empatia será revisitada.

APCEF-PR - Quais dicas para lidar com a tensão familiar em período de confinamento?
Rejane - As famílias não estão habituadas a ficar em casa, com todos integrantes ao mesmo tempo. Agora, muitas pessoas estão trabalhando em home office e, portanto, o espaço nem sempre é o mais apropriado. A sugestão é procurar negociar, criar uma rotina e se organizar inicialmente. É importante ter um horário para acordar, tomar café, dividir as tarefas de casa, tempo para trabalhar, fazer os intervalos normais e não ficar de pijama o dia todo. Fazer uma atividade física, mesmo em casa, é muito indicado, porque o corpo necessita de movimento e isso impacta positivamente no emocional. O ideal é buscar o equilíbrio, porque tudo isso vai passar e transformar incerteza e insegurança em energia, como avalia o empresário Marcus Panassol.

APCEF-PR – Como acalmar o ânimo de idosos neste momento?
Rejane - Como o idoso também tem uma rotina, é mais complexa a mudança de hábitos e o convencimento de se proteger, permanecendo em casa. Se o idoso está com a família, a dica é envolvê-lo em atividades conjuntas, incentivá-lo a fazer tarefas que lhe tragam prazer, dar mais atenção, ouvi-lo genuinamente, demonstrando interesse. Caso esteja sozinho, orientamos ligar frequentemente, dar assistência, fazer as compras, levar comida pronta, caso possa, e demonstrar amor, para que busque equilíbrio e possa criar uma nova rotina, amenizando o sentimento de insegurança.

APCEF-PR - A OMS declarou que a pandemia pode agravar ou causar problemas mentais. Quais orientações para evitar o avanço da ansiedade, pânico e outras doenças crônicas?
Rejane – Se a pessoa toma medicamentos, deve continuar usando e, se possível, ter o acompanhamento de um profissional, como psicólogo, por meio virtual. O apoio familiar é fundamental nesse momento para auxiliar o equilíbrio. A própria Organização Mundial de Saúde divulgou dicas sobre cuidados com questões emocionais importantes, como reduzir a leitura de notícias que podem causar ansiedade e apoiar a si e a outros em situações de necessidade, como uma rede de solidariedade.

Acesse aqui e confira mais dicas da OMS sobre saúde mental.

 

 

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