Bola na trave não altera o placar./Bola na área sem ninguém pra cabecear./Bola na rede pra fazer o gol./Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? Para muitos brasileiros, especialmente a garotada, como diz a música do Skank, jogar bola é um grande desejo. Mas, além das habilidades, entrar em campo uniformizado faz parte do pontapé inicial dessa trajetória.

Nesta semana, crianças e adolescentes da Obra Social Santo Aníbal (Ossa), que fazem parte da escolinha de futebol soçaite da APCEF-PR, sentiram um pouco essa emoção ao receber o uniforme para participar de competições. A entrega teve a presença de familiares dos atletas, representantes da associação, da ONG Moradia e Cidadania e do professor Rodrigo Santos.

O padre Robson Grapiglia, gestor da Ossa, destaca que foi gratificante ver a alegria no rosto da garotada recebendo os uniformes e a emoção dos pais vendo os seus filhos realizando um sonho de talvez no futuro se tornar um atleta profissional. Segundo ele, as novas vestimentas serão muito importantes, porque, além de economizar no uso de outras roupas, possibilitará maior identidade ao grupo e garantirá maior segurança e conforto durante os jogos. A Ossa atende cerca de 180 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, em situação de risco da Vila União Ferroviário, no bairro Uberaba.  

Time de parceiros

A compra dos kits de uniformes, contendo camisa, calção e meia, foi resultado de um trabalho em equipe. Pelo projeto Educação e Cidadania, a APCEF-PR e a ONG Moradia e Cidadania adquiriram 30 kits, dos quais 20 foram entregues aos jovens boleiros e 10 reservados a futuros alunos. O projeto, patrocinado pela Fenae, já desenvolveu diversas ações em favor da Obra Social.

“Em parceria, realizamos uma campanha maravilhosa dos uniformes com a participação de vários colegas da Caixa. Quero agradecer em especial ao professor Rodrigo, que também conseguiu vários kits para nossos atletas. No futuro, teremos muitos frutos do que a APCEF-PR está plantando hoje. Essas crianças ganharão em cidadania e, quem sabe, possam ser um jogador de futebol profissional”, ressaltou o vice-presidente da associação, José Tanaka, que teve também o apoio da conselheira da entidade, Olga Pchek.

Para o coordenador da ONG no Paraná, Celso Marucco, entre os sorrisos largos e os olhos brilhando, ver as crianças com a vestimenta, que leva as logomarcas das entidades parceiras, é motivo de orgulho e de mostra da intenção de promover o desenvolvimento social nos entornos de onde se mora. “A ação conjunta das entidades, que soma forças e propósitos, nos une para um bem comum, que é fazer a diferença na vida das pessoas e imprimir a nossa digital”.

A conselheira deliberativa da Moradia e Cidadania, Maria de Fátima Costamilan, disse que foi perceptível ver como a entrega dos uniformes mexeu com a autoestima das crianças. “Elas posaram para as fotos como um verdadeiro time de craques, pronto para entrar em campo”, reforça.

Com a palavra, o técnico

O professor Rodrigo Santos, responsável pela escolinha, admite que a turma da Ossa se sentia muitas vezes deslocada, por ver outras crianças uniformizadas, mas agora, tudo mudou. “Todos estão trajados e animados”, garantiu. A iniciativa só incentiva um desempenho ainda melhor dos jovens atletas, que estão indo muito bem, segundo o professor. “Eles adoram os treinos e participam com muita paixão e dedicação. Também têm a oportunidade de interagir com alunos de outras turmas, em um ambiente de aprendizagem e integração”.

Os atletas da Ossa, com demais colegas, entrarão em campo neste segundo semestre. As próximas competições são a Copa Craques da Bola e o Torneio Interclubes, em quem poderão visitar outros clubes tradicionais de Curitiba.