A Câmara dos Deputados realizou, na manhã desta terça-feira (28), sessão solene em homenagem ao aniversário de 53 anos da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). Proposta pela deputada federal Erika Kokay (PT/DF), a homenagem ao aniversário da instituição, fundada em 29 de maio de 1971, foi realizada no plenário Ulysses Guimarães e contou com a participação de parlamentares, empregados da Caixa e diversos dirigentes representantes da classe trabalhadora e membros da diretoria da Federação.

O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, lembrou das lutas travadas pela instituição ao longo dos últimos 53 anos e os desafios futuros.  Entre elas, o presidente falou da resistência que a Fenae e os empregados da Caixa fizeram contra a tentativa de privatização do banco no governo Michel Temer e, principalmente, no governo Bolsonaro. “Sempre falava e eu tinha certeza de que a Caixa iria superar aqueles momentos difíceis, porque a minha certeza vinha do que a Caixa representa para o país, da importância que ela tem para a população, principalmente para os mais pobres”, disse.

Takemoto também destacou as diversas iniciativas criadas pela Fenae para levar esporte, lazer e qualidade de vida para os empregados e empregadas. 

“Os empregados da Caixa vão continuar lutando por direitos e fazendo o atendimento da população brasileira como ela merece ser atendida.E, afinal, também tem não só a nossa luta, porque, como diz a música, nós não queremos só comida, nós queremos diversão e arte”, destacou o presidente.

Além disso, Takemoto enumerou os projetos desenvolvidos pela Fenae em parceria com as 27 Apcefs, como os Jogos da Fenae, a realização do Inspira Fenae e a criação do Movimento Solidário, este último tem trabalhado para diminuir a desigualdade social e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros.

“Nós da Fenae e todas as outras entidades sindicais e movimentos sociais, vamos continuar lutando e fazer a resistência, porque queremos um país mais democrático, onde todos tenham acesso à educação, à cultura e a moradia digna”, finalizou o Takemoto.

A deputada federal, Erika Kokay, também destacou a luta da Federação ao longo dos anos para evitar a privatização da Caixa e em defesa dos empregados, para garantir igualdade social entre os brasileiros, com a participação ativa na implementação de políticas públicas importantes do governo federal, como a criação do programa Fome zero em 2003.

Segundo a deputada, mais do que tudo, a Fenae nasceu da necessidade dos empregados e empregadas do banco público em construir uma entidade forte e representativa para fazer a defesa da categoria e da instituição financeira que cumpre esta função no Brasil, que seja indutora do desenvolvimento econômico, articuladora de todas as políticas públicas e que está em todos os cantos do Brasil.

“Em mais de cinco décadas, a Fenae esteve por trás de muitas conquistas importantes dos trabalhadores e trabalhadoras. A jornada das seis horas, a reintegração dos demitidos no governo Collor, a luta em defesa da Funcef, dos direitos obtidos na mesa unificada de negociações da campanha Nacional do Bancário, a luta em defesa da saúde, da PLR social, dentre tantas outras lutas”, enumerou a parlamentar, que também é empregada aposentada da Caixa.

Segundo Kokay, todos os desafios do Banco em defesa da sociedade brasileira passam pela Fenae. “Nós tivemos sempre a Fenae defendendo os interesses do Brasil, os interesses de uma inclusão social, os interesses de uma política urbana que pudesse fazer o direito à cidade e o direito à cidade igual para todas as pessoas”, finalizou a deputada.

Fenae contra a privatização

Como presidente da Frente em Defesa dos Bancos Públicos, o deputado federal Tadeu Veneri (PT/PR), aproveitou o momento para chamar a atenção dos presentes para a luta contra as transferências das loterias para uma subsidiária da Caixa e por uma maior representatividade da classe trabalhadora.

“Nós temos muito poucos representantes dos trabalhadores dentro dessa Casa, menos ainda nas assembleias e nas câmaras de vereadores. Quero incentivar os nossos companheiros e companheiras a participarem. Queremos mais gente da Caixa como deputados. É preciso que os bancos públicos estejam representados aqui dentro”, ressaltou Veneri. 

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, agradeceu a parceria que a Fenae tem com o Movimento Nacional dos bancários e bancárias, com a Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (CUT) e com a classe trabalhadora. Ela também destacou o apoio da Fenae contra a privatização do banco público.

“A Caixa era uma das empresas que estavam na berlinda para ser entregue. E foi a Fenae, juntamente coma a Contraf, que propusemos essa ação do Supremo para impedir a entrega do patrimônio do povo brasileiro, sem passar pelo debate público, sem passar por esta Casa. E isso, com certeza conseguiu impedir a privatização de muitas empresas públicas, que era o objetivo do Temer e do governo Bolsonaro”, lembrou Juvandia.

A conselheira eleita do CA da Caixa, Fabiana Uehara, destacou a luta da entidade em defesa dos empregados e, principalmente, em defesa do Banco.

“Se a Caixa é hoje uma empresa 100% pública, é graças também a Fenae e a Contraf, que entraram com uma ação de inconstitucionalidade que para que antes de qualquer empresa estatal ser privatizada, tem que ser feita o debate aqui no Congresso Nacional”, destacou.

“Então viva a Fenae, a Contraf e aos trabalhadores da Caixa. Porque quando a gente defende os empregados da Caixa, a gente também defende a Caixa, que é importante para essa sociedade, que é um instrumento político de transformação e de diminuição da sociedade e da desigualdade”, lembrou Fabiana.

O presidente da Apcef/DF, José Herculano Bala, que representou as Apcefs de todo o país, o falou da sua satisfação em fazer parte da história de luta da Fenae. “Como ex-diretor da Fenae, é um prazer ter participado dessa história de luta da Fenae. Quando vejo alguns companheiros de luta aqui nessa sessão solene me  lembro que a Fenae sempre esteve do lado dos trabalhadores e em defesa da Caixa”, destacou.