Vôlei em prol da vida: Torneio Outubro Rosa incentiva a prevenção e premia a união de atletas
O ginásio 2 da sede de Curitiba ganhou um colorido diferente no último sábado (dia 11). As atletas do vôlei feminino vestiram a camisa do Outubro Rosa e entraram em quadra, em uma mobilização pela conscientização do câncer de mama. O torneio temático reuniu 43 mulheres, que celebraram o esporte como fortalecimento de saúde e de união.
A grande campeã foi a equipe As Esmeraldas. Em segundo lugar, classificou-se o time As Amazonas e, na sequência, As Escudeiras. Todas as equipes do pódio receberam medalhas, mas, conforme destacado pelas participantes, a maior premiação foi reforçar o autocuidado e a prevenção.
Para Mirtes Selhorst, atleta do time campeão, é muito importante participar de um evento que incentiva a conscientização das associadas sobre o cuidado com sua saúde. “É uma causa nobre você divulgar e até escutar depoimentos de mulheres que já passaram pelo câncer de mama. Sabemos que, quem sofre com a doença, passa por uma fase bem complicada”.
A oportunidade de integração entre as participantes foi outro ponto destacado por Mirtes. “O professor organiza as mulheres nos times, mas ninguém está acostumado a jogar junto. Fomos uma equipe campeã, porque, na quadra, conversamos bastante e nos ajudamos. Quando terminamos o campeonato, inclusive, ficamos mais unidas, pois naquele momento, em um clima gostoso de confraternização, fortalecemos a amizade”, ressalta a atleta.
Inspiração e a força do esporte
O evento foi marcado por histórias de superação e dedicação. A paixão pelo vôlei e pela causa uniu a família de Tatiane Cristina de Melo Santiago e sua filha, Ingrid Santiago, de 21 anos. "Jogamos no Onix, um time de vôlei na APCEF-PR, entramos na recreação e nos apaixonamos pela modalidade. Estamos procurando melhorar, evoluir," conta a mãe, que viu no torneio a oportunidade de unir o esporte à conscientização.
Tatiane reforça a importância de vestir a camisa da campanha: “Tivemos caso de câncer na família e pensamos em transmitir às outras pessoas que se cuidem, porque não é fácil”. Ela relata que a mãe teve câncer de pele e de útero e uma madrinha, desenvolveu câncer de mama. Para a associada, o esporte ajuda muito no combate à doença, motivando a pessoa seguir em frente na luta. “O esporte sempre ajuda muito nessa questão de saúde”.
Alerta na família, cuidado em dobro
Outra participante, Rosangela da Silva, Laila, de 51 anos, compartilhou a experiência de sua irmã, que foi diagnosticada com câncer de mama há cerca de cinco anos, após sentir um nódulo no autoexame. "Minha irmã sentiu no toque, parecia uma tampinha de caneta. Eu disse para ela ver o que era e o marido dela é médico. Foram atrás e começaram a fazer o tratamento”.
A irmã de Laila passou por quimioterapia, cirurgia e se recuperou. Para Laila, a experiência acendeu um alerta: "Quando se tem um caso na família, você se cuida mais. Anualmente faço a mamografia e não paro de fazer." Ela celebra a mobilização do torneio. “Vendo a mulherada reunida, dá mais força, faz mais um lembrete. A campanha ajuda muito.”
Novas gerações, novos aprendizados
As jovens Alice Myczkovski, de 15 anos, e Isabelle Amorim, de 14, também participaram. Alice, que já disputa torneios, mencionou o caso de sua tia-avó, que se recuperou de um câncer de mama. O aprendizado da família foi claro: "Nunca desistir. Minha tia nunca desistiu, mesmo quando ela estava doente.
Para Alice, jogar é mais do que a competição: "É muito bom jogar, ter companhia, anima conhecer outras pessoas. Você acaba aprendendo mais, não só no vôlei, mas, como as experiências de outras pessoas, é um momento de união." Isabelle, por sua vez, reforça: "Gosto muito de vôlei, fazer novas amizades e ajuda nossa saúde. A gente precisa vir mesmo para apoiar”.