Grupo de economiários que viajam de motorhome usa sedes da APCEF-PR como ponto de apoio
Depois de 28 anos de trabalho na Caixa, Eliane Angélica Faria Gouveia se aposentou em 2017 e decidiu iniciar sua viajem pelo mundo. Quando foi à Nova Zelândia, alugou um motorhome com as amigas e se apaixonou pelo veículo. No ano passado, Eliane realizou o desejo de comprar sua casa sob rodas e hospedou-se no estacionamento das sedes de Foz do Iguaçu e de Curitiba da APCEF-PR, que recebe associados campistas em alguns espaços.
“Nas duas sedes dormimos com segurança e conforto no motorhome, que tem fogão, geladeira, cama para 3 a 4 pessoas e outros cômodos. As vantagens de se ficar nas APCEFs também é ter banheiros disponíveis para banho e energia elétrica – a qual me ofereceram, mas não precisei. Na capital, forneceram até toalhas e chinelos”, contou a sócia de Arapongas, que parou em Foz para ir ao Paraguai e na cidade de Curitiba, após vir de Florianópolis (SC).
Para trocar experiências com colegas, Eliane integra o Caixeiros Viajantes –, um grupo de empregados da Caixa que gosta de se aventurar pelas estradas do Brasil e até fora dele com motorhome, barraca, camper ou trailer. Fundado em 30 de março de 2019, por Fábio e Míriam Carnelós com Lúcio Flávio e Margareth, o grupo nasceu justamente na sede de Caiobá da associação.
Fábio explica que o encontro de casais aposentados da Caixa e a paixão pelo campismo originou o Caixeiros Viajantes, que tem atualmente 56 integrantes de 11 estados. O Paraná tem o maior número de adesões, com 15 participantes, seguido de Brasília, com 10. Os “caixeiros” se encontram frequentemente e com outros grupos campistas, como o Bodes de Motorhome. Devido à pandemia, o primeiro encontro nacional do grupo, que ocorreria em terras brasilienses, foi adiado.
Segundo Fábio Carnelós, as associações da Caixa têm um importante papel no movimento campista, principalmente no estilo casa sob rodas. “Quando estamos na estrada, observamos no nosso caminho a possiblidade de conhecer as APCEFs para interagir com os colegas da região. Sempre fomos muito bem recebidos e atendidos, mesmo quando o Dito (seu motorhome) não pode ficar estacionado”, informa o associado.
A pedido do Caixeiros, a APCEF-PR fez um levantamento sobre as condições para receber motorhomes como ponto de apoio (pernoite, luz e água) em suas representações no estado. De acordo com a pesquisa, 17 sedes têm estacionamento para o veículo e três para hospedagem – Curitiba, Caiobá e Porto Rico, sendo que, nessas duas últimas, é preciso verificar o sistema de reservas, em especial na temporada de verão.
Do camping ao motorhome
A trajetória campista de Fábio Carnelós começou em 1990, por meio de aventuras de barraca com a família e evoluiu para novas opções de hospedagem. “Fizemos viagens memoráveis com os filhos nas férias, de barraca. Na adolescência deles, nos aventuramos por diversos destinos, com um carreta-barraca, que se chamava ‘camping star’. Quando eu e a Míriam nos aposentamos em 2016, fomos à Europa e vimos famílias usando o campismo para viajar, principalmente de motorhome. No retorno, pesquisamos como voltar a esse estilo de vida, para conhecer melhor o Brasil e a América do Sul, e aí veio o Dito (De “Eu acredito”), nome do nosso motorhome, conta Fábio.
Com 8,5 metros de comprimento, o Dito tem o conforto de um pequeno apartamento ou até mais, considerando a oportunidade de aproveitar um quintal e vistas diferentes a cada parada, segundo o associado. Oferece gerador para locais sem energia e aquecedor a gás para o inverno rigoroso. Com o motorhome, Fábio e Míriam Carnelós, algumas vezes acompanhados dos filhos, noras e de amigos, já rodaram cerca de 100 quilômetros por quase todo o Brasil e pretendem desembarcar em outros países da América do Sul.
Entre os benefícios de adotar o estilo campista, o fundador dos Caixeiros Viajantes destaca a conquista de grandes amizades, reencontros, interação com comunidade e, principalmente, conhecer o caminho e não apenas o destino. “São detalhes e peculiaridades que outro tipo de turismo não consegue oferecer. É uma maneira diferente de conhecer o mundo”, reforça.
No sistema day use
Outro integrante do grupo que adotou esse turismo sob rodas foi Luiz Maçaneiro. Frequentador assíduo da sede de Caiobá, ele estacionou recentemente seu motorhome na rua em frente à associação, durante 26 dias. De lá, usou água, luz, wi-fi, restaurante, banheiro e piscina. “Estava tudo show e paguei day use (utilização das instalações durante o dia, mas sem pernoitar) à APCEF-PR referente à água e à luz”, conta.
Com sua esposa Lis, Maçaneiro já percorreu 24 mil quilômetros e dormiram quase 300 noites dentro do motorhome. Mas ainda não saíram da rota do Sul do país – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Este ano eles pretendem viajar por outros estados - talvez ficar em uma APCEF onde permita estacionar em suas sedes ou nas proximidades e usar suas instalações.
Ex-presidente e fundador do Rota-X Motoclube, Maçaneiro levou sua experiência ao Caixeiros no quesito organização. Faz o registro de dados, a divulgação inclusive com a logomarca do grupo e organiza encontros. Realiza essas atividades por gostar da área e não por atribuições de um cargo, já que os idealizadores do grupo decidiram não estabelecer diretoria ou lideranças.
Para aderir ao Caixeiros Viajantes, é preciso encaminhar mensagem ao whatsapp 41 99977-0609 (Maçaneiro). Aceita empregados da Caixa e cônjuges campistas que viajam de motorhome, barraca, camper ou trailer.