Na APCEF-PR, Setembro Amarelo é alerta para cuidados com saúde mental
Sinais de alerta, como frases de desânimo (“Estou cansado de viver”), isolamento social, mudança drástica do apetite e do sono, uso excessivo de álcool e drogas, podem indicar que alguém está em sofrimento profundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e especialistas reforçam: não há receita para detectar uma crise suicida, mas a atenção a esses sinais é fundamental para que familiares e amigos possam ajudar a tempo.
Nesta quarta-feira, 10 de setembro, quando se celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que abrange todo o mês, com a campanha Setembro Amarelo, a APCEF-PR reforça o movimento de conscientização sobre o tema. No Brasil, cerca de 14 mil pessoas tiram a vida por ano, o equivalente a 38 pessoas por dia, segundos a OMS. A grande maioria dos casos estão relacionados a doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas de forma incorreta.
Bancários: categoria de risco
A categoria bancária é uma das mais afetadas por problemas de saúde mental, já que o ambiente de trabalho pode agravar o estresse e a pressão diária. Uma pesquisa da Fenae mostrou que 58% dos afastamentos de empregados da Caixa são por questões de saúde mental, superando os decorrentes de problemas físicos, que correspondem a 53%.
A psicóloga e psicopedagoga, Vanessa Andreoli, avalia que esse percentual indica que doenças, como estresse crônico, ansiedade, depressão e Síndrome de Burnout, estão impactando a capacidade laboral de forma séria. “É sinal de que fatores organizacionais, entre eles sobrecarga e insegurança, somados ao estigma em torno do cuidado mental, vêm mantendo trabalhadores em risco até que o afastamento se torne necessário”, ressalta a especialista.
O levantamento da Fenae também revela as principais causas desse adoecimento: pressão por metas inatingíveis, medo constante de perder o emprego e falta de propósito. Além disso, a situação se agrava com a duração dos afastamentos — quase um terço deles ultrapassa os seis meses, sobrecarregando ainda mais quem permanece no trabalho.
Para a especialista, as empresas, como a Caixa, devem priorizar a prevenção no ambiente laboral – e não apenas o tratamento reativo. A psicóloga destaca que promover uma relação mais humana e acolhedora para os empregados é o melhor caminho. “É importante pensar em políticas de prevenção, de formação de lideranças em gestão humana, indicadores para evitar metas incompatíveis, feedbacks construtivos e oferta de atendimento psiquiátrico e psicológico acessível e confidencial”, pontua Vanessa.
O assunto também é de família
O cuidado com a saúde mental vai além do ambiente profissional. Nas famílias, a atenção deve ser redobrada, já que, além dos adultos, os jovens apresentam grandes sinais de risco. A OMS aponta que um em cada sete adolescentes no mundo sofre com algum transtorno mental.
“Para acolher quem está sofrendo, é fundamental que as famílias pratiquem a escuta ativa, sem julgamentos, e incentivem a busca por ajuda profissional”, afirma Vanessa Andreoli, completando que essas orientações independem da idade. De acordo com ela, caso um familiar demonstre sinais de alerta, como o uso de drogas, adoção de comportamentos autodestrutivos e isolamento, a situação deve ser levada a sério.
O papel da APCEF-PR na causa
Se o ambiente de trabalho e os familiares são fundamentais para combater o suicídio, outras organizações também podem colaborar para ofertar alternativas a quem precisa de ajuda para recuperar a vontade viver. É o caso da APCEF-PR, que mantém sedes em boa parte do Paraná e é um importante espaço de apoio para fortalecer a saúde física e a mental dos associados.
A entidade oferece diversas atividades socioculturais e esportivas, que promovem a confraternização, o sentimento de pertencimento e ambientes acolhedores para todas as idades. Além disso, convênios e a clínica de fisioterapia facilitam o acesso a profissionais da saúde em condições especiais - alguns até pelo Saúde Caixa. Para conhecer tudo o que a associação oferece para a melhoria da qualidade, acesse o site www.apcefpr.org.br.
Você não está sozinho!
Se você ou alguém que conhece precisa de ajuda, procure apoio. Em situações extremas, é possível ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo número 188. O serviço é 24 horas, gratuito e completamente sigiloso.