No desafio épico do 5º TrekCEF, associados desbravam o Pico Caratuva
A subida ao Pico Caratuva, no sábado (dia 16), parecia um filme de aventura. Imagens de trilhas em matas fechadas e escalaminhadas por raízes de árvores e rochas revelaram o nível de desafio dos participantes do quinto TrekCEF Montanhismo. A chegada ao topo, que, embora estivesse encoberto por nuvens, rendeu cena digna de Oscar de superação e de fotografia.
“Esta edição do TrekCEF foi a mais desafiadora do evento, com quase 1 quilômetro de altimetria, mas foi vencida com muita garra e entusiasmo de todos. Nem o tempo fechado no cume tirou o ânimo dos participantes. O grupo está cada vez mais unido e muitos já falaram em voltar ao Caratuva, para contemplar o paredão do Pico Paraná, que estava encoberto pelo nevoeiro”, avaliou um dos idealizadores da programação, Luciano Fischer.
Com 1.860 metros do nível do mar, o Caratuva é a segunda maior montanha do Sul do Brasil, localizada entre Antonina e Campina Grande do Sul. Para alcançar o seu cume, os montanhistas associados tiveram de trilhar cerca de 4 quilômetros de distância, dos quais cerca de um de altimetria, cálculo que permite saber quanto há de subidas em um trajeto, obtendo a inclinação do terreno.
Com a palavra, parte do elenco!
Juliana Di Luca, que participa do TrekCEF desde a segunda edição, observa que subir o Caratuva foi um teste de resistência físico e mental, mas teve grandes compensações. “A atividade exigiu muito o uso dos braços, das pernas e atenção para enfrentar obstáculos, como a inclinação no início do caminho e muitas raízes de árvores. Mas formamos uma turma boa, que vem participando desde o ano passado do evento, então, as conversas durante o percurso vão amenizando a dificuldade, sem contar a vista do alto, que sempre vale a pena”.
A recompensa, mencionada por Juliana, é a visão privilegiada do Caratuva, que abrange não só o Pico Paraná, mas montes, como Itapiroca, Ferraria e Taipabuçu. A imagem do cume só não levou o troféu de melhores efeitos visuais, devido às condições climáticas. A direção, no entanto, ganhou o respeito do público.
Para o associado Hermínio Toma, estreante no TrekCEF, mas praticante experiente do montanhismo, um dos pontos altos da atividade foi a organização. “O evento tinha guia no início, meio e ‘fecha fila’ para ninguém ficar para trás, e socorrista durante o percurso, oferecendo mais tranquilidade aos trilheiros”. Segundo Toma, esta foi a quarta vez que subiu o Pico Caratuva, mas, apesar de não ter conseguido contemplar o entorno dessa vez, o que importa são a troca de experiências e fazer novos amigos.
Roteiro adaptado e planejado!
Luciano Fischer, um dos organizadores da programação, observa que alcançar o cume do Caratuva não é indicado para quem deseja começar no segmento, devido ao seu grau de dificuldade. “Todos os participantes desta edição tinham bom preparo físico e experiência anterior com montanhas e trilhas. Para iniciar, é preciso escolher opções mais fáceis de subir, como Morros do Cal e da Palha. Aí é preciso apenas estar bem fisicamente”, orienta.
No ano passado, para montar os roteiros do TrekCEF, a organização criou uma planilha, que indica pré-requisitos e níveis de dificuldade para subir em algumas das principais montanhas do país. Dessa lista, o próximo destino previsto é o Pico Capivari Mirim, que fica em Campina Grande do Sul.