30/10/2023 17:25

Empregados fazem nova manifestação para "destrave" das negociações do Saúde Caixa

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Para sensibilizar o banco sobre o impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa, empregados da Caixa Econômica Federal de todo o país uniram forças e fizeram nova manifestação nesta segunda-feira (dia 30). Em Curitiba, o protesto em defesa do plano ocorreu na agência Carlos Gomes e, depois, em sua frente, reunindo trabalhadores da ativa, aposentados e representantes de entidades, como APCEF-PR, AEA-PR e o Sindicato dos Bancários e Financiários da capital e região.

Cartazes com mensagens, como Saúde Caixa mais Humano e Saúde Caixa - Vidas em 1º lugar, fizeram parte da mobilização. Os manifestantes também postaram fotos nas redes sociais, com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa e usaram roupas brancas, simbolizando a defesa de um plano de qualidade e economicamente viável. Para os empregados do banco, o dia 30 de outubro tem um significado especial, pois marca os 38 anos da histórica mobilização pela jornada de seis horas e à sindicalização.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Antônio Luiz Fermino, há cerca de 20 dias a Caixa travou as negociações e não chamou mais os representantes para conversar. Ele explicou que o acordo em vigor permite que a inflação ou o deficit do ano anterior seja aplicado automaticamente se não houver outra situação. "A discussão de 85% de aumento é calcada neste raciocínio. Só que a Caixa nunca tinha incluído no custo do plano de saúde a equipe própria ou profissionais afastados por LER, por exemplo. Defendemos um custeio de acordo com a convenção coletiva”, reforça.

Para o presidente da APCEF-PR, Jesse Krieger, o assunto é muito sério, porque ao longo dos anos tem ocorrido modificações unilaterais em que a Caixa procura responsabilizar os empregados por um investimento que deveria ser única e exclusivamente dela. "Esse é um investimento para que possamos ter bem-estar e trabalhar normalmente para instituição. Solução para esse dilema existe, pois a própria lei determina que o teto de gastos pode ser de até 8%. Existe falta de transparência por parte da Caixa em ceder números para que sejam avaliadas propostas alternativas viáveis. Por isso, a manifestação de todos é muito importante, porque demonstra nossa insatisfação com o assunto", enfatizou Krieger.

O vice-presidente, José Megume Tanaka, destacou que o empenho de todos os envolvidos e a participação maciça nas redes sociais é essencial. "Estamos juntos defendendo o plano de saúde e contamos com a participação de todos os colegas. É necessário apoiarmos essas manifestações, inclusive colocando hashtag (#QueremosSaúdeCaixa), para que a Caixa veja nossa insatisfação, possa sentar e negociar conosco", ressaltou.

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Quem também participou do protesto foi o presidente da AEA-PR, Valfrido Antônio Oliveira, que ressaltou que a luta é por um plano inclusivo, equilibrado, com a manutenção dos princípios de solidariedade, pacto intergeracional e de mutualismo, sem reajuste por faixa etária, 6,5% de teto e sem despesas administrativas. "Se todas as instituições envolvidas estão do mesmo lado, falta apenas a Caixa tomar um posicionamento, nem que seja a renovação do acordo até 2025. Aí quando nos apresentar os números fidedignos, voltaremos a conversar", garantiu.

O Acordo Coletivo de Trabalho em vigor garante o atual modelo do Saúde Caixa até dezembro. Entretanto, para o próximo ano, a empresa defende um reajuste médio de 85% nas contribuições dos empregados. Em contrapartida, os trabalhadores pedem a exclusão do teto de custeio do plano de saúde pela instituição. Isso porque o teto estabelecido no estatuto da Caixa limita-se a 6,5% da folha de pagamento, o que acaba sobrecarregando os empregados no modelo de 70/30 (70% pagos pela Caixa e 30% pelos empregados).

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