A sede social da APCEF-PR não é apenas um espaço de prática de esportes e lazer para os associados, mas também uma área importante de preservação ambiental de Curitiba. A vocação do espaço como local de desenvolvimento da fauna e flora foi comprovada por meio de um levantamento biológico realizado pelo pesquisador holandês, André de Meijer, que há algumas décadas observa a evolução das espécies na sede.

A presença de uma família de jacuguaçus, ave típica da mata atlântica brasileira, demonstra como boa parte dos 124 mil metros quadrados de área da sede se tornou um representativo local de preservação. No levantamento, Meijer detectou a presença de 76 espécies animais em todo o terreno da sede, dos quais 60 são aves nativas paranaenses.

O levantamento biológico também identificou grande variedade de plantas, musgos e cogumelos, que juntos somam um total de 273 espécies catalogadas. Entre os exemplares encontrados, estão  204  nativos da região, entre eles o pinheiro-do-paraná e o cambará-de-espinho.

Para Meijer, a conservação do bosque da sede se deve a algumas particularidades. “Mesmo que impeça a entrada de animais silvestres, a proteção do muro alto da sede tem como vantagem evitar animais domésticos, preservando a área. Houve também a evolução no tratamento das plantas, comparando-se à minha primeira visita, na década de 1980. Se antes o bosque era ceifado, hoje o manejo foi alterado e a área verde reestabelecida”, ressalta.

A transformação em reserva natural

Um dos esforços da atual gestão da APCEF-PR é o de transformar boa parte de área da sede social em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM), como referência em termos de diversidade ecológica. Na opinião de Meijer, que há mais de 45 anos realiza levantamentos biológicos no Brasil, o espaço da sede tem total condição de obter o título de RPPNM.

“Atualmente, resta pouca floresta nativa nesta região sul de Curitiba. Portanto, diria com certeza absoluta que o espaço possui os elementos necessários para ser tratada como uma reserva”, observa.

O levantamento biológico da sede é realizado periodicamente por André de Meijer. Pesquisador radicado no Brasil desde 1978, ele se dedica ao estudo de plantas e pequenos animais de diferentes ecossistemas do Brasil. A primeira visita técnica à sede de Curitiba foi em 1985 e, desde então, ele pode observar o desenvolvimento de espécies no local em outras ocasiões até este último levantamento, realizado em janeiro deste ano.

Meijer também realiza estudos biológicos em outros terrenos da cidade. Os associados interessados neste tipo de estudo podem obter mais informações encaminhando e-mail para a.de.meijer@gmail.com.