22/09/2020 14:21

“Para onde o sócio olhar, a ideia é que veja uma flor”, diz ambientalista, inspirado na chegada da Primavera.

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“É Primavera”, como diz a música interpretada por Tim Maia. A estação das flores, como é conhecida, começa nesta terça-feira (22 de setembro) e vai até 21 de dezembro. Na APCEF-PR, a Primavera chama atenção para o encanto da natureza, mas o desabrochar da flora é preparado o ano todo.

Responsável pela área ambiental da sede de Curitiba, Orlando Stolf conta que o plantio e o cultivo de mudas são realizados em todas as estações, inclusive para florescer no inverno. “A ideia é que, para onde o associado olhar na sede, veja uma flor. Isso alegra o dia da pessoa, pois é vida”, romantiza o ambientalista, que também é professor de Literatura.

Não há como negar, no entanto, que a natureza parece ganhar um novo colorido nesta época do ano. Entre as espécies que florescem agora, estão os ipês amarelos. Em novembro, será a vez das hortênsias embelezarem a associação, que tem bosque, pista de caminhada cercada de verde e até espaço ecológico, onde os sócios podem realizar eventos ao ar livre.

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Jardim vasto e precioso

A revitalização ambiental da associação teve início em 2005, quando Stolf começou o trabalho na sede. Os ipês, incluindo verdes, brancos e roxos, eram como se fossem alguns fundadores daquele período, mas havia poucos exemplares. De lá para cá, a semente de 8 mil árvores caiu no solo da entidade, conforme pesquisa do ambientalista – o que soma hoje cerca de 14 mil de 182 espécies em toda a associação.

O tipo mais numeroso é a pitangueira, mas na sede se encontra de quase tudo. Somente Pinheiros, árvore símbolo do Paraná, há quase 300, que foram contabilizados com a ajuda de estudantes do Colégio Modelo. Recentemente, a APCEF ganhou mais seis pinheiros enxertados. “Com essa técnica, desenvolvida pelo professor Flávio Zanetti, em quatro a cinco anos, essas árvores darão fruto, que poderá ser colhido ao alcance da mão”, explica Stolf.

Sem medo de arriscar, o responsável pelo meio ambiente da associação garante que as espécies cultivadas no Jardim Botânico de Curitiba têm na APCEF-PR. Segundo ele, quando visitava o espaço, conseguia mudas de lá – muitas cedidas pela Prefeitura da capital. Parceiro da entidade, o órgão possibilitou o plantio de 2 mil árvores da associação, que é alvo da transformação em Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM).

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Cuidado com dedicação e carinho

Para cuidar desse patrimônio ao ar livre, Orlando Stolf dedica esforço e cultiva carinho de forma voluntária. Toda segunda-feira vai a associação para verificar se as árvores precisam de poda, fazer novos plantios e regar as flores. Na sua lista de preservação ambiental, está incluso ainda o pomar.

Ele confessa que, com a seca dos últimos tempos, precisou redobrar os cuidados – colocando água em garrafas PET e galões para molhar as plantas. Também conta com a ajuda de colaboradores da associação, que aprenderam a cuidar da flora e a respeitá-la, e do associado Clayton Santos.

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Na sede social, o ciclo da natureza se completa pela presença de animais, que ajudam na disseminação das árvores. Lá é possível avistar tatus bola e gambás, mas principalmente aves, como sabiás, rolinhas do mato, canários, quero-queros, saracuras e pica-paus. “Alguns animais são disseminadores de sementes e onde defecam nasce uma nova planta”, observa Stolf.

Nesse sistema da APCEF-PR, tudo que é possível, se aproveita. As folhas, por exemplo, são colocadas próximas aos pés das árvores e viram adubo. De duas a três espécies são plantadas no mesmo espaço, pelo processo de estaca – plantio de galhos com cinco ou seis nós – dos quais dois ficam no solo. Assim, o artúrio convive harmonicamente com o buxinho.

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“A grande maioria das árvores é gregária, ou seja, aceita conviver com outras. É um grande ensinamento da natureza ao ser humano, de saber como compartilhar o espaço e ser solidário”, pontua Orlando Stolf, que já distribuiu mudas a muitos associados e continua multiplicando essa paixão pelas plantas.

 

 

 

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