Pesquisa revela insatisfação dos usuários do Saúde Caixa com valores do plano
O Saúde Caixa é uma conquista que precisa ser defendida e aperfeiçoada. É o que aponta a pesquisa nacional sobre saúde física e mental dos empregados e empregadas da Caixa, encomenda pela Fenae e realizada pela Acerte Pesquisa e Comunicação. O levantamento ouviu mais 3,8 mil empregados da ativa e aposentados, de 27 de junho a 7 de julho.
Segundo o estudo, 92% do pessoal ouvido utiliza o Saúde Caixa como principal plano. Entre os serviços com avaliação positiva, estão os de urgência, que receberam 56% de aprovação, e o de liberação de exame, com 55%. No entanto, um dos dados mais representativos é o que reforça a defesa da Fenae e da APCEF-PR pelo reajuste zero nas mensalidades. Dos entrevistados, 80% criticam o valor pago mensalmente e demais cobranças praticadas pelo plano.
Mais qualidade, menor custo
Pelo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a Caixa deveria responder por 70% do custeio do plano e os participantes por 30%. No entanto, como o banco tem teto de 6,5% de despesas com saúde, o excedente está sendo repassado aos usuários, por meio de reajustes e coparticipações, o que inviabiliza o Saúde Caixa para muitos empregados.
O presidente da APCEF-PR, Jesse Krieger, defende alteração no estatuto da Caixa, para que haja fim do teto. “Movimentações de entidades representativas estão sendo feitas neste sentido e, junto a elas, é importante que os colegas do banco também se engajem nessa mobilização”, afirma Krieger.
O diretor de Saúde e Previdência da Fenae, Leonardo Quadros, ressalta que o plano preciso ser aperfeiçoado, mas sem que essa conta seja transferida aos empregados. “A defesa do ajuste zero é inegociável, pois nosso compromisso é garantir que o Saúde Caixa preserve modelo baseado na solidariedade e no pacto intergeracional”, pontua.
Dificuldades para os usuários
A pesquisa da Fenae apontou que outros fatores também são alvo de crítica dos integrantes do Saúde Caixa. É o caso da rede credenciada e dos canais de comunicação, aprovados apenas por 37% dos empregados.
Anália Ramalho, associada da APCEF-PR e usuária do plano em Cascavel, no Oeste do estado, é exemplo da realidade enfrentada por trabalhadores do banco. Com filho nascido de forma prematura, ela precisou buscar terapias específicas. No entanto, o plano não pode atender essa e outras necessidades da família.
“Tivemos muita dificuldade em encontrar, pelo Saúde Caixa, especialistas e terapias adequadas para o meu filho, pois a rede credenciada, pelo menos na região de Cascavel, se mostra bastante restrita. Por esse motivo, optamos, no ano passado, quando nossa filha nasceu, em não colocá-la no plano”, explica.
No Conexão O Colega, a APCEF-PR traz panorama geral das dificuldades e possíveis soluções para o Saúde Caixa. Para assistir acesse o link